terça-feira, 13 de janeiro de 2009

always look on the bright side of death

E virou-se a primeira página do dia. A cuspo e a ferro. A primeira página de um caderno novo desimpedido de caracteres desenhados pela mão perfeita de um anjo.
Já não era preciso subir as escadas, nem procurar aqueles minutos pequenos na cozinha entre uma torrada e uma conversa circunstancial sobre o estado do mundo, sobre a poesia das araras secas que deslumbram talento aos mais antigos.
Já nada nos separava, nem nos separará, porque juntos acolhemos arrebatados a morte inteira de todos os sentidos num espaço de tempo universal que é absoluto para quem acredita na ciência. E ambos acreditamos, depende dos dias. Como Santo Agostinho.
Escolhemos, mais depressa ou mais devagar, agir contra o desespero. Ninguém ficou sentado à espera de um feitiço imutável. Nenhum de nós foi a serpente estúpida que não pára de seguir a flauta, muito menos a baleia que, entre tantas, marra no desperdício de uma costa amachucada.

Sem comentários:

Enviar um comentário

queixa das almas jovens censuradas