sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

quem vê uma vez não quer voltar a adormecer

Procurava o último passo logo a seguir ao primeiro café da manhã. Uma imagem perfeita, reconhecida pelo azul mecânico de uns olhos que se podem apagar em segundos. Ansiava uma imagem significativa que descrevesse uma existência inteira, ou o belo controlado incapaz de fazer adivinhar o desmaio. Não queria o cinquenta amarelo galopado pelos porcos da cofidis, os mealheiros permanentes da dívida. Menos ainda o próprio reflexo apavorado num vidro qualquer.
Esperava a última vez de manhã à noite. Algures entre os solavancos inevitáveis de uma Lisboa apertada. Sem imberbes de mochila, sem o ruído anónimo dos taxistas por favor. Sem a companhia do amante em eterno horror.

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