sábado, 3 de janeiro de 2009

janeiro

Jurara não voltar ali, ao castelo lápide, incolor como o passado dos cães. Uma história sem a piedade das cores. Visitou aquele túmulo como quem abre uma gaveta atormentada e lá resolveu gastar umas horas inexplicáveis. Um culto como outro qualquer. A religião dos ateus, tão previsível, ou um regresso à necessidade. Queria a fúria e uma alma, vozes interiores contraditórias e boas recordações. Queria recriar um mundo quente e um cheiro que não desaparece. Metade de um tronco seria uma poltrona de conforto, os pássaros seriam os trovadores de uma manhã suave. Ele, o magnífico errante com os melhores pecados, seria anti-herói como as mulheres gostam. Despertaria a cura, a recuperação, o regresso apoteótico à normalidade dos homens, sem nunca perder a rebeldia que trazia nos dedos.

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