sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

o herói e o poltergeist

Fomos 16. Matei um por um até me restar um suspiro violento.
Escondo uma lâmina no tornozelo desde que parti. Já me serviu para amanhar peixe, para sangrar bons homens e desactivar o escorbuto nos mais fracos. Degolei, de uma só vez, 15 portugueses. Desossei o mais tenrinho para a ceia, quando céu e mar partilham o caos num prato sem horizonte. Minto à solidão. À minha volta giram borboletas de bem e de mal que despejam os mortos na água. Sem esforço, os corpos afundam-se à procura de um lugar descansado para habitar, tal como eu. Um batel sem costa onde
medito.

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